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Ana Carolina Oliveira faz trail há três anos, já é campeã nacional e até vai ao Europeu

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Desde o passado mês de abril que é absolutamente impossível ignorar o nome – e, já agora, o talento – de Ana Carolina Oliveira. Estamos a falar da leiriense de Santa Catarina da Serra, que, em Melgaço, se sagrou campeã nacional de trail e passou a integrar a elite das elites daqueles que correm pela montanha como se estivessem a flutuar nas nuvens.

Mas depois do mais saboroso dos títulos, um novo desafio surge na vida desta enfermeira de 28 anos, radicada em Lisboa desde os 18. Ela está convocada para representar Portugal na distância longa do Campeonato da Europa, em Annecy, França, uma prova de 58 quilómetros, com 3509 metros de desnível positivo, e que se realiza no próximo sábado.

E tudo isto surge após um hiato de meia dúzia de anos na carreira desportiva, pela dificuldade em conciliar livros e pistas. Descoberta por Paulo Reis nas provas de captação do Desporto Escolar, representou a Juventude Vidigalense desde infantil e até ingressar no ensino superior. Especialista em meio fundo, era treinada por Nataniel Lopes, e guarda muitas e boas memórias daqueles serões na pista de tartan do Estádio Municipal de Leiria.

“Lembro-me muitas vezes do Nata, da Dona Alzira, do Paulo Reis e da Cátia Ferreira. Foi uma infância feliz com muito convívio. A disciplina que na altura não tinha ganhei-a depois, muito pelo fato de ter feito desporto”, recorda Ana Carolina Oliveira.

Ao atletismo, regressou, meio em jeito de brincadeira, pela porta da meia maratona. Falou com o treinador Ricardo Ribas, do projeto Training The Online Distance, e preparou-se por forma a fazer um tempo interessante, abaixo da hora e 45 minutos.

Foi o regresso ao atletismo, há coisa de cinco anos, mas só há três é que abraçou a corrida na natureza bem perto de casa, no Fátima Trail Team, participando em diversas provas na região. “Acabei por federar-me…”

Gosta de “estar conectada com a natureza” e de competir consigo própria, mais do que com as adversárias. Ainda assim, nas provas, por muito que lhe digam que atravessou locais idílicos, em nada repara. “Nem sei por onde passo”, admite. Ao invés, nos treinos, consegue fruir de todas as paisagens.

Rapidamente obteve resultados de relevo, com muito pódios e várias vitórias. No ano passado já se estreou a representar Portugal no Mundial, após ser sexta no Campeonato Nacional. Agora, com o título nacional no bolso, a atleta da Furfor Running Project, equipa de Paredes, quer fazer “o melhor resultado possível” na prova deste sábado, dia 1 de junho.

“Vou dar o melhor de mim. Em 58 km há muitas variáveis com que temos de contar, ainda por cima em alta montanha, que é diferente de correr em Portugal. Espero que tudo corra pelo melhor e que consiga um resultado que dignifique o nosso país.”

Foto: Matias Novo


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