Da bancada, as vozes surgiam veementes, dispostas a apoiar os colegas da OASIS – Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social que, dentro das quatro linhas, se esforçavam para defender as cores da instituição e também, já agora, da cidade de Leiria.
André! André! Marco! Marco! Dina! Dina! Com os cartazes bem levantados, a claque não parava de puxar pelos jogadores, colegas e amigos em mais uma competição desportiva. Rapidamente mostraram pontaria afinada.
Foi na manhã desta quinta-feira, no Pavilhão do Lis, que se disputou o torneio de basquetebol unified da Special Olympics. O que é isso? É uma competição peculiar, onde se reúnem ao mesmo tempo, no mesmo campo e a jogar a mesma modalidade, pessoas com e sem deficiência intelectual.
O objetivo é comum. A boa disposição é generalizada. O basquetebol é daquelas modalidades democráticas onde todos podem contribuir o este torneio, que juntou ainda a Cercizimbra, o polo de Porto de Mós da Cercilei, a Cercitejo, a APPACDM da Covilhã, a Associação Somos Nós, do Porto, e a Fundação Liga, de Lisboa. Os atletas unified, esses, eram alunos de Desporto e Bem-Estar do Politécnico de Leiria.
“Orgulhoso, como sempre”, o treinador Bruno Mourinha, também diretor técnico do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão Social (CACI) da OASIS, mostrou-se satisfeito com mais uma atividade bem sucedida, mas que ainda requer alguns ajustes. “O ideal era ter os atletas unified a treinar sempre connosco. Deve ser um facilitador, um organizador, que impeça o jogo de se tornar demasiado anárquico.”
Mas vale sempre a pena, porque a rapaziada diverte-se, convive, aprende a jogar em equipa e a lutar pela vitória, sem que seja, contudo, o mais importante. “O que os nossos utentes mais gostam é da convivência fora da instituição. Ficam sempre amigos dos outros. Sabemos que o veículo desporto é perfeito para eles. Alguns, só pensam nisto.”